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Wicked Parte 2 (2025)

Atualizado: há 6 dias

Entre a nostalgia e a subversão contida


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Wicked Parte 2 retoma a narrativa exatamente no ponto em que o filme anterior termina, consolidando-se, de fato, como uma obra dividida em duas partes. Trata-se do quarto filme da franquia iniciada em 1939, mas, ao contrário de seu predecessor, apresenta uma mudança significativa em sua abordagem narrativa.

Enquanto o primeiro filme – Wicked parte 1 – se inclinava para uma desconstrução política e social – frequentemente de maneira forçada e pouco natural, como evidenciado na cena da biblioteca protagonizada por Fiyero, Wicked Parte 2 opta por priorizar o conto de fadas e a narrativa clássica. Essa transição é interessante porque rejeita elementos problemáticos do filme anterior, equilibrando subversão com um retorno às origens da fantasia. A obra deixa de lado a tentativa de chocar ou de forçar discussões sociais complexas – ainda que de forma superficial, como ocorrer em parte 1, na finalização da história, na conexão com o filme de 1939 e no apelo à nostalgia.

No aspecto narrativo, Wicked Parte 2 oferece um filme mais funcional, no qual a fantasia assume seu devido protagonismo, substituindo o impacto pelo conto de fadas. Ainda assim, persiste a limitação herdada do primeiro filme: a necessidade de explicitar sentimentos e acontecimentos por meio do diálogo, em vez de permitir que o cinema expresse a emoção visualmente. Isso compromete o potencial cinematográfico da obra, embora seja uma característica comum no blockbuster contemporâneo.

Em última análise, Wicked Parte 2 se mostra superior ao primeiro filme em termos de narrativa e coerência, mesmo que menos impactante. Ao abandonar a subversão forçada em favor de uma abordagem mais clássica e nostálgica, o filme cumpre seu papel como prequel de um clássico da fantasia, oferecendo uma experiência mais simples, porém funcional, que valoriza a essência do gênero.


Crítica de Wicked Parte 2 (2025) | Por Douglas Esteves Moutinho

 
 

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