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Crítica | Zootopia 2 (2025)

Olhares diferentes, uma mesma cidade


Judy Hopps, Nick Wilde e Gary De’Snake em cena de Zootopia 2 (2025)

A Disney não tem vivido bons momentos nos últimos anos. Mundo Estranho se mostra vazio, Wish tenta reviver um período mágico que parece não funcionar mais, e Moana 2 repete o primeiro filme, parecendo existir apenas para lucro. Zootopia 2 surge nesse momento complicado para o estúdio que já foi referência máxima em animações.

Os agora renomados agentes Judy Hopps e Nick Wilde retornam para mais uma aventura na movimentada metrópole de Zootopia. Em Zootopia 2, após resolverem o maior mistério já registrado na cidade, a dupla é surpreendida por uma determinação do Chefe Bogo: eles precisarão participar do programa de aconselhamento “Parceiros em Crise”. A parceria entre os dois começa a ser desafiada quando surge um enigma envolvendo um novo morador – o misterioso e réptil Gary De’Snake. Para solucionar o caso ligado à serpente, Judy e Nick precisam explorar regiões inéditas da cidade. Zootopia ganha nova vida, com a criação de bairros, espécies, famílias e tramas inéditas. Essa exploração não serve apenas como pretexto para uma nova história, mas se integra de forma intrínseca à narrativa e às novas questões que o filme desenvolve.

Judy Hopps e Nick Wilde participando do programa Parceiros em Crise em Zootopia 2 (2025)

O longa explora a relação entre os protagonistas e a diferença de suas visões de mundo, que é o cerne da obra. A profundidade dessa trama é rara e poucas vezes vista em uma sequência de animação. Girando em torno de Judy e Nick, o filme aborda temas complexos e socialmente relevantes sem se prender a clichês ou apenas buscar ser politicamente correto. Nesse contexto, Zootopia 2 por vezes soa didático – algo natural em uma obra infantil, mas eleva a discussão por meio das imagens, ultrapassando o nível mais básico do debate, o que por si só justifica sua existência. Mesmo assumindo a forma de fábula, a obra consegue dialogar com questões filosóficas profundas. Os acontecimentos envolvendo Gary De’Snake, por exemplo, podem ser lidos como um paralelo com o absurdo camusiano, mostrando uma das várias interpretações possíveis.

Zootopia 2 é um grande filme de animação. Embora não seja a melhor animação do ano, provavelmente será a melhor produção não-oriental, figurando como forte candidata ao Oscar de Melhor Animação.


Crítica | Zootopia 2 (2025)

Por: Douglas Esteves Moutinho

 
 

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