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Amores Materialistas (2025)

e o colapso das promessas românticas


Depois do elogiado Vidas Passadas, Celine Song retorna com Amores Materialistas (2025), um filme que se anuncia como comédia romântica, mas esquece de entregar tanto a comédia quanto o romance. Estrelado por Dakota Johnson, Chris Evans e Pedro Pascal, o filme parte de uma premissa promissora: uma casamenteira que começa a se perder nos próprios sentimentos, questionando os limites entre amor sincero e interesse financeiro e social. A ideia tem potencial, mas o desenvolvimento naufraga.


Amores Materialistas (2025)

Dakota Johnson vive Lucy, uma profissional que organiza relacionamentos alheios, mas cuja própria vida amorosa mergulha em caos quando ela se vê dividida entre John (Evans), um garçom sonhador e ex-amor mal resolvido, e Harry (Pascal), um milionário charmoso e superficialmente perfeito. No entanto, o que poderia ser um dilema envolvente se dilui na falta de profundidade dos personagens e em subtramas que mais desviam do cerne da história do que o enriquecem.

Entre os principais problemas do filme está a inexistência de um verdadeiro conflito entre os dois interesses amorosos, algo proposto pela própria divulgação. Chris Evans e Pedro Pascal são personagens pouco explorados e praticamente não interagem entre si de forma significativa. Isso torna o suposto triângulo amoroso apenas uma linha torta em que os lados não se enfrentam, não crescem e não movem o enredo.

As subtramas – especialmente uma que toca em violência contra a mulher – são tratadas de maneira superficial, quase como inserções para gerar gravidade sem real compromisso narrativo. Isso prejudica o tom do filme, que parece não saber se quer ser leve ou sério, satírico ou dramático.

Apesar disso, Amores Materialistas pode entreter quem estiver disposto a relevar sua superficialidade e os tropeços de tom. Como a maioria dos blockbusters, o filme é naturalista, o elenco tem momentos funcionais e o ritmo não entedia. Apesar dos tropeços, o filme consegue ater a atenção do espectador.

No fim, o filme parece preso entre duas intenções: a de criticar a lógica mercadológica e/ou superficial das relações e a de entregar uma comédia romântica convencional. Ao não se comprometer de fato com nenhuma das duas, termina sendo um produto inconsistente.


Crítica de Amores Materialistas (2025), por Douglas Esteves Moutinho.

 
 

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